A Coinbase, uma das maiores corretoras de criptomoedas, decidiu entrar na Justiça contra três estados americanos: Connecticut, Michigan e Illinois. O motivo? Esses estados estão tentando bloquear os chamados mercados de previsão. A Coinbase argumenta que apenas os reguladores federais têm autoridade sobre as plataformas de negociação, e não os órgãos estaduais de jogos.
A empresa apresentou queixas buscando uma declaração judicial e medidas liminares para parar as ações dos reguladores estaduais. Segundo a Coinbase, os mercados de previsão devem ser regulamentados pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC), e não por entidades estaduais. O diretor jurídico da Coinbase, Paul Grewal, expressou sua preocupação no Twitter, defendendo que essas tentativas de controle dificultam a inovação e contrariam a legislação vigente.
Coinbase e mercados de previsão
Essas ações judiciais acontecem em um momento estratégico, já que a Coinbase está se preparando para lançar seu próprio mercado de previsão em janeiro de 2026. Isso vai acontecer por meio de uma parceria com a Kalshi, uma bolsa de contratos registrada na CFTC desde 2020. A novidade permitirá que os usuários negociem contratos sobre eventos em diversas áreas, como esportes, política e clima.
Como corretora de futuros registrada, a Coinbase vai ajudar seus clientes a acessarem a bolsa Kalshi de maneira facilitada através de sua plataforma.
Conflito com Illinois
Este conflito começou em abril, quando o Illinois Gaming Board enviou cartas de cessar e desistir à Kalshi, Robinhood e Crypto.com. A alegação era de que essas empresas estavam operando em apostas esportivas sem a devida licença, conforme a legislação do estado. A Coinbase diz que essa ação é indevida, já que o Congresso excluiu apenas algumas commodities específicas da jurisdição da CFTC, permitindo que tudo o mais, inclusive eventos esportivos, fique sob a regulamentação federal.
Grewal também adicionou que a reputação da Coinbase pode ser prejudicada pela fiscalização de Illinois. Se a empresa tivesse que obter licenças estaduais, isso limitaria sua capacidade de atender clientes fora do estado, o que fere o princípio de que as bolsas devem oferecer acesso imparcial a todos os traders nos Estados Unidos.
O boom dos mercados de previsão
Os mercados de previsão estão se aquecendo rapidamente, registrando bilhões de dólares em volume de negociação em 2025. Recentemente, a Kalshi viu sua avaliação disparar para US$ 11 bilhões após uma rodada de investimentos de US$ 1 bilhão. Especialistas, como Marcin Kazmierczak, preveem que 2026 será um ano decisivo para esses mercados, que podem passar a ser dominados por empresas como Robinhood, Gemini e Coinbase.
Esses novos participantes vão juntos transformar o cenário atual, onde predominam poucos grandes nomes, em um ambiente mais diversificado e acessível. A expectativa é que a competição aumente e novas oportunidades surjam nesse espaço vibrante das criptomoedas e mercados de previsão.
